Proteção das Zonas Costeiras

No dia 6 de maio, os alunos do 8.ºA e 8.ºC, e no dia 8 de maio, os alunos do 8.ºB e 8.ºD, usufruíram de uma visita de estudo promovida pelo Eco_Escolas em estreita articulação com os conteúdos da disciplina de Ciências Naturais.

Na parte da manhã os alunos levaram a cabo uma ação de limpeza de praia, no litoral norte do Torrão do Lameiro - Ovar, e depois do almoço fizeram um dos percursos da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, por forma a conhecer uma das áreas protegidas em Portugal e a sua importância na preservação dos ecossistemas costeiros. O transporte dos alunos foi cedido pela autarquia de São João da Madeira, importante parceira do projeto Eco_Escolas.

Na manhã do dia 6 de maio os alunos recolheram 100 Kg de resíduos, essencialmente plástico, e surpreendentemente na mesma porção de litoral o segundo grupo de alunos, na manhã do dia 8 de maio, recolheu 75 Kg, também essencialmente de plástico. Durante a maré cheia da noite anterior, de cada uma destas manhãs de trabalho, o mar deixou na praia lixo que antes se encontrava nas águas do oceano atlântico. Infelizmente, se muito deste lixo é proveniente da atividade pesqueira, muito outro é proveniente de ações feitas a grande distância do mar. Senão como explicar, por exemplo, tantas hastes de plástico de cotonetes??

Na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, criada em 1979, os alunos fizeram uma visita guiada numa vasta extensão da sua área terrestre. Foram consciencializados para o facto das formações dunares serem zonas muito sensíveis, devido à sua constituição arenosa, serem de enorme importância pois são a melhor defesa contra a intensidade dos ventos, das areias e dos avanços do mar e consequentemente ações de conservação do património geomorfológico, florístico e faunístico das dunas constituírem formar de impedir o avanço do mar e promover a salvaguarda da vida das populações. Constataram que até a biodiversidade da zona da reserva está ameaçada por invasoras nomeadamente o chorão-da-praia (Carpobrotus edulis) e a acácia-de-espigas (Acacia longifolia). No caso da acácia-de-espigas o controlo está a ser feito naturalmente - controlo biológico - dada a introdução do seu inimigo natural, ou seja um pequeno inseto australiano, da mesma região de origem da própria acácia-de-espigas, que põe os seus ovos nas gemas que originam as flores da acácia-de-espigas. Quando as gemas florais recebem os ovos do inseto, a planta “reage”, formando uma galha (ou bugalho) no lugar das flores que vai enfraquecendo as plantas. Além disso sem flores não há vagens (os frutos) e sem vagens não há sementes e assim previne-se a dispersão desta espécie nas zonas costeiras (https://invasoras.pt/pt/controlo-natural-da-ac%C3%A1cia-de-espigas). Desta feita os alunos também foram informados que nesta semana decorre a Semana Ibérica das Invasoras (https://www.speco.pt/inveco/sei), onde se procura consciencializar para o facto das espécies exóticas invasoras serem uma das principais ameaças à biodiversidade a nível global (a 5ª ameaça, de acordo com a IPBES - Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas), além de promoverem outros impactes significativos a nível ambiental, assim como a nível socioeconómico. 

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